RELATORIO
DA ATIVIDADE DE CAMPO
Trajeto:
Largo do Machado à Lapa
–
Largo do Machado
O ponto de partida foi no Largo do
Machado, onde se verificou um grande fluxo de pessoas e veículos além de uma infra-estrutura
muito boa de comércio formal e informal (autorizados pela prefeitura) bastante
diversificada, compondo desde galeria a pólo gastronômico como: restaurantes,
bares, barraquinhas de cachorro-quente, tapioca, pipoca, quiosque de flores e
etc. Há ainda espaço de convivência e equipamento de ginástica para idosos,
mesas e cadeiras de pedra em que havia um considerável número de pessoas
jogando cartas.
Área comercial, polo gastronômico.
Idosos jogando em mesas do local e vários jovens que saiam da escola ali
ficavam por algum tempo “batendo papo”. Umas 4 barracas de floricultura (devem
ser pessoas bastante românticas...) ambas abertas aquele horário (+ ou –
20:00h). Nos aparelhos de ginástica tinham mais jovens do que idosos – acho que
devido ao horário, pois as atividades com os mesmos são efetivadas pela
prefeitura na parte da manhã.
No entorno da praça há inúmeros
prédios residenciais e comerciais, que contam com um bom sistema de segurança
pública, haja vista a presença constante de Guardas Municipais. Tem ainda boas
alternativas de transporte público, inclusive com uma estação de metrô com
acessibilidade para deficientes físicos. Os moradores e frequentadores do Largo
do Machado contam ainda com lixeiras espalhadas por toda praça e uma boa
iluminação. Há ainda um contêiner de esterilização de animais da Prefeitura do
Rio, a Escola Estadual Amaro Cavalcante, a Igreja de N.S. da Glória.
Na
medida em que fomos nos afastando do Largo, percebemos que tudo foi mudando, a
iluminação foi ficando mais precária assim como a coleta de lixo, até mesmo os
imóveis e as lojas comerciais eram muito diferentes, a impressão que nos
passava era de uma desvalorização de determinados locais dentro do mesmo
bairro.
Observamos que casarões
e sobrados com fachadas coloniais têm sido alugados ou comprados por grandes
redes de lojas e bancos, deixando evidente a situação e peculiaridade do
bairro, onde não há lugar para construir coisas novas a “solução” consiste em transformar
o “velho” em novo.
– Rua do Catete
Na medida em que fomos nos afastando
do Largo caminhando pela Rua do Catete, rua esta deveras movimentada com
transito de carro, ônibus e pedestres, percebemos que tudo foi mudando, a
iluminação foi ficando mais precária assim como a coleta de lixo, até mesmo os
imóveis e as lojas comerciais eram muito diferentes, a impressão que nos
passava era de uma desvalorização de determinados locais dentro do mesmo
bairro. Ao entrarmos na Rua do Catete a mudança visual é marcante. A mistura
entre o novo e o histórico é extremamente notável. Postes de séculos passados
se misturam aos letreiros luminosos do local. Onde mais foi preservado as
antiguidades da rua foi ao redor do Palácio do Catete.
Observamos
que casarões e sobrados com fachadas coloniais têm sido alugados ou comprados
por grandes redes de lojas e bancos, deixando evidente a situação e
peculiaridade do bairro, em que não há lugar para construir coisas novas a
“solução” encontrada pelos comerciantes e empresários consiste em transformar o
“velho” em novo.
Verificou-se ainda uma rede hoteleira
tradicional, que se harmoniza perfeitamente com os traços da arquitetura antiga
do lugar.
–
Catete
Bairro misto que se compõe de prédios
residenciais e comerciais, onde há o contrate da arquitetura antiga, decorrente
da ocupação da burguesia na virada do século XIX para o século XX, com a
modernização que o bairro vem passando. As ruas são bem iluminadas com
acessibilidade para cadeirantes. O bairro tem como seu grande marco histórico o
Palácio do Catete que serviu de moradia para o então presidente Getúlio Vargas
até o dia de seu suicídio, há também a Delegacia do Catete e Unidade de Policia
Pacificadora (UPP) na comunidade do Santo Amaro (cuja entrada se dá pela Rua
Pedro Américo), em razão da alta quantidade de venda de crack nesta comunidade.
Nesta rua prevalece o residencial o que difere muito das outras em que o
comércio toma quase que todos os imóveis das mesmas. O que chama a atenção foi
que justamente quando saímos da área comercial apareceram as primeiras pessoas
em situação de rua. Nesta rua também havia um casarão antigo transformado em
cortiço.
–
Bairro da Glória
O que se percebe ao entrar neste
bairro é a precarização que se contrasta com a boa estrutura encontrada nos
bairros anteriores. A começar pelo calçamento com dificuldade de acessibilidade
e iluminação insuficiente e de péssima qualidade. É perceptível uma diminuição
do comércio, o que pode qualificar o bairro como residencial, com casarões
antigos que se tornaram cortiços, espaços comunitários. Detectamos a presença de
Moto táxi que é um serviço de transporte bem atual.
Destacam-se o prédio decadente do
INCRA, a inatividade do Hospital da Beneficência Portuguesa, a Igreja
Positivista do Brasil que se encontra em reforma e cuja fachada há o seguinte
pensamento escrito: “O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”.
Volta o comércio, porém não tão
abrangente como nos dois primeiros endereços em que passamos. Há uma mistura
equilibrada entre comércio e residências, porém não há vestígios de moradores
de rua no local.
–
Outeiro da Glória
Contemplamos a arquitetura francesa
que embeleza o entorno do Outeiro da Glória. Destacando-se também a Gerência de
Monumentos e o Chafariz da Prefeitura do Rio. Há por parte do poder público do
Rio de Janeiro o interesse de transformar essa área em uma “Montmartre Carioca”.
Apesar
de a iluminação ser precária, há acessibilidade para cadeirante. No trajeto em
direção a Lapa se percebe um grande ponto de prostituição de travestis.
–
Lapa
Nas ruas que dão acesso ao bairro da
Lapa o que se percebe são antigos sobrados que funcionam como “inferninhos”
além de bares e botecos que em comum possuem a prática de ocupação do espaço
público como por exemplo o bar Só Kana onde suas cadeiras e mesas ocupam a
maior parte da calçada pública que fica entre as Ruas do Riachuelo e Mem de Sá,
mesmo sendo este localizado próximo a uma cabine da prefeitura que não parece
se incomodar com a situação. Há também de uns poucos moradores em situação de
rua e catadores de recicláveis, que se abastecem em razão do acumulo de lixo na
rua. Destacam-se uma unidade da UNIGRARIO, a Escola de Música da UFRJ, e a Sala
Cecília Meireles que por sua vez segue a tendência da revitalização
implementada na Lapa. Há ainda a construção de novos hotéis, que dinamiza a
valorização do bairro. O prédio onde está instalado o clube ACM mistura o
comércio com as residências em uma caótica organização de espaços. Ao redor do
clube temos várias residências, porém dentro dele há instalada uma faculdade
privada, e nas laterais alguns bares de pequeno porte. Isso tudo em um espaço
não maior do que o próprio Largo do Machado (se é que chega a metade).
Seguimos caminhando até chegarmos a Rua Joaquim Silva para contemplarmos a famosa
Escadaria do Convento de Santa Tereza, popularmente conhecida como Escadaria da
Lapa ou Escadaria do Selarón, numa referência ao artista chileno Jorge Selarón
que criou essa obra magnífica que contém azulejos do mundo inteiro. A Escadaria
liga a Rua Joaquim Silva no bairro da Lapa (a alcunha de Bairro foi concedida à
Lapa em 17 de Maio de
2012 pela Lei nº 5.407) à Ladeira
de Santa Tereza, no bairro de Santa Tereza.
No fim da Rua Joaquim Silva, mesmo com a presença
de alguns policiais e guardas municipais, havia de forma nada discreta o
consumo de drogas ilícitas.
Na Lapa, verifica-se que um universo
de entretenimento, desde bares, restaurantes, casas de show, botecos,
acessíveis a todos os gostos e bolsos. Além dos tradicionais Arcos da Lapa cujo
nome original é Aqueduto da Carioca, construído em 1723 com a função de levar
água do Rio Carioca da altura do Morro do Desterro
(atual bairro de Santa Teresa), para o Morro de Santo Antônio. A obra ajudaria
a resolver o problema da falta de água na cidade. O Aqueduto é hoje considerado a
maior obra arquitetônica feita no Brasil durante o período colonial. Possui 17,6 m de altura e 270 m de extensão e
42 arcos. Foi reformado em 1744, pelo governador Gomes Freire de Andrada, que
lhe proporcionou maior solidez. No Século XIX, o aqueduto tornou-se obsoleto e
foi desativado, passando (em 1896) a ser utilizado como viaduto de acesso dos
bondes de Santa Teresa.
Em muitas paredes
podemos observar grafites que contrastam com as fachadas de arquitetura
colonial de muitas de suas construções. A Lapa é um ambiente onde o moderno e o
“arcaico” se unem numa curiosa harmonia.
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