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domingo, 9 de junho de 2013

Atividade de Campo


RELATORIO DA ATIVIDADE DE CAMPO

Trajeto: Largo do Machado à Lapa

– Largo do Machado

O ponto de partida foi no Largo do Machado, onde se verificou um grande fluxo de pessoas e veículos além de uma infra-estrutura muito boa de comércio formal e informal (autorizados pela prefeitura) bastante diversificada, compondo desde galeria a pólo gastronômico como: restaurantes, bares, barraquinhas de cachorro-quente, tapioca, pipoca, quiosque de flores e etc. Há ainda espaço de convivência e equipamento de ginástica para idosos, mesas e cadeiras de pedra em que havia um considerável número de pessoas jogando cartas.

Área comercial, polo gastronômico. Idosos jogando em mesas do local e vários jovens que saiam da escola ali ficavam por algum tempo “batendo papo”. Umas 4 barracas de floricultura (devem ser pessoas bastante românticas...) ambas abertas aquele horário (+ ou – 20:00h). Nos aparelhos de ginástica tinham mais jovens do que idosos – acho que devido ao horário, pois as atividades com os mesmos são efetivadas pela prefeitura na parte da manhã.

No entorno da praça há inúmeros prédios residenciais e comerciais, que contam com um bom sistema de segurança pública, haja vista a presença constante de Guardas Municipais. Tem ainda boas alternativas de transporte público, inclusive com uma estação de metrô com acessibilidade para deficientes físicos. Os moradores e frequentadores do Largo do Machado contam ainda com lixeiras espalhadas por toda praça e uma boa iluminação. Há ainda um contêiner de esterilização de animais da Prefeitura do Rio, a Escola Estadual Amaro Cavalcante, a Igreja de N.S. da Glória.

Na medida em que fomos nos afastando do Largo, percebemos que tudo foi mudando, a iluminação foi ficando mais precária assim como a coleta de lixo, até mesmo os imóveis e as lojas comerciais eram muito diferentes, a impressão que nos passava era de uma desvalorização de determinados locais dentro do mesmo bairro.

Observamos que casarões e sobrados com fachadas coloniais têm sido alugados ou comprados por grandes redes de lojas e bancos, deixando evidente a situação e peculiaridade do bairro, onde não há lugar para construir coisas novas a “solução” consiste em transformar o “velho” em novo.

 

 – Rua do Catete

Na medida em que fomos nos afastando do Largo caminhando pela Rua do Catete, rua esta deveras movimentada com transito de carro, ônibus e pedestres, percebemos que tudo foi mudando, a iluminação foi ficando mais precária assim como a coleta de lixo, até mesmo os imóveis e as lojas comerciais eram muito diferentes, a impressão que nos passava era de uma desvalorização de determinados locais dentro do mesmo bairro. Ao entrarmos na Rua do Catete a mudança visual é marcante. A mistura entre o novo e o histórico é extremamente notável. Postes de séculos passados se misturam aos letreiros luminosos do local. Onde mais foi preservado as antiguidades da rua foi ao redor do Palácio do Catete.

Observamos que casarões e sobrados com fachadas coloniais têm sido alugados ou comprados por grandes redes de lojas e bancos, deixando evidente a situação e peculiaridade do bairro, em que não há lugar para construir coisas novas a “solução” encontrada pelos comerciantes e empresários consiste em transformar o “velho” em novo.

 Verificou-se ainda uma rede hoteleira tradicional, que se harmoniza perfeitamente com os traços da arquitetura antiga do lugar.

– Catete

Bairro misto que se compõe de prédios residenciais e comerciais, onde há o contrate da arquitetura antiga, decorrente da ocupação da burguesia na virada do século XIX para o século XX, com a modernização que o bairro vem passando. As ruas são bem iluminadas com acessibilidade para cadeirantes. O bairro tem como seu grande marco histórico o Palácio do Catete que serviu de moradia para o então presidente Getúlio Vargas até o dia de seu suicídio, há também a Delegacia do Catete e Unidade de Policia Pacificadora (UPP) na comunidade do Santo Amaro (cuja entrada se dá pela Rua Pedro Américo), em razão da alta quantidade de venda de crack nesta comunidade. Nesta rua prevalece o residencial o que difere muito das outras em que o comércio toma quase que todos os imóveis das mesmas. O que chama a atenção foi que justamente quando saímos da área comercial apareceram as primeiras pessoas em situação de rua. Nesta rua também havia um casarão antigo transformado em cortiço.

 

– Bairro da Glória

O que se percebe ao entrar neste bairro é a precarização que se contrasta com a boa estrutura encontrada nos bairros anteriores. A começar pelo calçamento com dificuldade de acessibilidade e iluminação insuficiente e de péssima qualidade. É perceptível uma diminuição do comércio, o que pode qualificar o bairro como residencial, com casarões antigos que se tornaram cortiços, espaços comunitários. Detectamos a presença de Moto táxi que é um serviço de transporte bem atual.

Destacam-se o prédio decadente do INCRA, a inatividade do Hospital da Beneficência Portuguesa, a Igreja Positivista do Brasil que se encontra em reforma e cuja fachada há o seguinte pensamento escrito: “O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”.

Volta o comércio, porém não tão abrangente como nos dois primeiros endereços em que passamos. Há uma mistura equilibrada entre comércio e residências, porém não há vestígios de moradores de rua no local.

 

– Outeiro da Glória

Contemplamos a arquitetura francesa que embeleza o entorno do Outeiro da Glória. Destacando-se também a Gerência de Monumentos e o Chafariz da Prefeitura do Rio. Há por parte do poder público do Rio de Janeiro o interesse de transformar essa área em uma “Montmartre Carioca”.

            Apesar de a iluminação ser precária, há acessibilidade para cadeirante. No trajeto em direção a Lapa se percebe um grande ponto de prostituição de travestis.

– Lapa

Nas ruas que dão acesso ao bairro da Lapa o que se percebe são antigos sobrados que funcionam como “inferninhos” além de bares e botecos que em comum possuem a prática de ocupação do espaço público como por exemplo o bar Só Kana onde suas cadeiras e mesas ocupam a maior parte da calçada pública que fica entre as Ruas do Riachuelo e Mem de Sá, mesmo sendo este localizado próximo a uma cabine da prefeitura que não parece se incomodar com a situação. Há também de uns poucos moradores em situação de rua e catadores de recicláveis, que se abastecem em razão do acumulo de lixo na rua. Destacam-se uma unidade da UNIGRARIO, a Escola de Música da UFRJ, e a Sala Cecília Meireles que por sua vez segue a tendência da revitalização implementada na Lapa. Há ainda a construção de novos hotéis, que dinamiza a valorização do bairro. O prédio onde está instalado o clube ACM mistura o comércio com as residências em uma caótica organização de espaços. Ao redor do clube temos várias residências, porém dentro dele há instalada uma faculdade privada, e nas laterais alguns bares de pequeno porte. Isso tudo em um espaço não maior do que o próprio Largo do Machado (se é que chega a metade).

Seguimos caminhando até chegarmos a Rua Joaquim Silva para contemplarmos a famosa Escadaria do Convento de Santa Tereza, popularmente conhecida como Escadaria da Lapa ou Escadaria do Selarón, numa referência ao artista chileno Jorge Selarón que criou essa obra magnífica que contém azulejos do mundo inteiro. A Escadaria liga a Rua Joaquim Silva no bairro da Lapa (a alcunha de Bairro foi concedida à Lapa em 17 de Maio de 2012 pela Lei nº 5.407) à Ladeira de Santa Tereza, no bairro de Santa Tereza.

No fim da Rua Joaquim Silva, mesmo com a presença de alguns policiais e guardas municipais, havia de forma nada discreta o consumo de drogas ilícitas.

Na Lapa, verifica-se que um universo de entretenimento, desde bares, restaurantes, casas de show, botecos, acessíveis a todos os gostos e bolsos. Além dos tradicionais Arcos da Lapa cujo nome original é Aqueduto da Carioca, construído em 1723 com a função de levar água do Rio Carioca da altura do Morro do Desterro (atual bairro de Santa Teresa), para o Morro de Santo Antônio. A obra ajudaria a resolver o problema da falta de água na cidade. O Aqueduto é hoje considerado a maior obra arquitetônica feita no Brasil durante o período colonial. Possui 17,6 m de altura e 270 m de extensão e 42 arcos. Foi reformado em 1744, pelo governador Gomes Freire de Andrada, que lhe proporcionou maior solidez. No Século XIX, o aqueduto tornou-se obsoleto e foi desativado, passando (em 1896) a ser utilizado como viaduto de acesso dos bondes de Santa Teresa.

Em muitas paredes podemos observar grafites que contrastam com as fachadas de arquitetura colonial de muitas de suas construções. A Lapa é um ambiente onde o moderno e o “arcaico” se unem numa curiosa harmonia.


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