JUSTIFICATIVA
Em virtude de um conjunto de ações da
Secretaria Especial de Ordem Pública criada no ano de 2009 pelo atual prefeito
da cidade do Rio de Janeiro Eduardo Paes estabeleceu-se o recolhimento de
lixos, mercadorias ilegais de ambulantes, e também de pessoas que fazem da rua
sua moradia, alocando-as nos abrigos municipais, muitas vezes de forma
arbitrária promovendo assim um choque de ordem humano.
Diante desse cenário, percebemos na
atividade de campo que houve a drástica redução da população em situação de rua
nos bairro do Largo machado, Catete, Glória e Lapa, sendo esse o objeto de
nosso projeto de intervenção.
Pautada na Política Nacional da
Inclusão Social da População em Situação de Rua, as ações profissionais dos
Assistentes Sociais serão voltadas a informação, esclarecimentos, acesso,
viabilização de direitos, que visa resgatar os vínculos familiares, afetivos,
cultural e de trabalho, desta população que vivem em situação de risco e
vulnerabilidade social, reconhecendo-os como sujeitos de direito e contribuindo
no processo de autonomia desses atores sociais, cujas potencialidades foram
execradas pelo modo de produção capitalista.
Dentro deste contexto, tomaremos
como referencia para a nossa prática de intervenção social a instituição Rio
Acolhedor, localizado no bairro Paciência no Rio de Janeiro. O Rio
Acolhedor Paciência – Unidade Municipal de Reinserção Social foi instituído a
partir do Decreto Nº 34082, de 04 de julho de 2011, está fincado em uma área de
84.000m2 dividas em dois prédios, totalizando 5.500m2 de área
construída. O RAP foi concebido com característica de Central de
Recepção de grande porte e capacidade inicial para 350 metas. Posteriormente
esta capacidade foi aumentada para 400 metas, conforme Resolução SMAS nº 32, de
30 de Dezembro de 2011, e sendo certo que nossas condições atuais atendem
plenamente esses números de metas, que para alcançar a sua totalidade estão
assim descritos:
I. 47 (quarenta e sete) idosos, sendo
37 homens e 10 mulheres, distribuídos em 05 quartos;
II. 72 (setenta e duas) mulheres,
distribuídas em 03 quartos e 01 triagem de 1º abrigamento;
III. 231 (duzentos e trinta e um)
homens, divididos em 08 quartos e 01 triagem de 1º abrigamento.
OBJETIVOS
·
Objetivo Geral:
- Intervir com um conjunto
de ações profissionais que visam promover a informação, esclarecimento, acesso
e viabilização de direitos da população em situação de rua, que se encontram
abrigada na Instituição Rio Abrigo
·
Objetivos Específicos:
- Produzir, analisar e
disponibilizar dados sobre a população em situação de rua que se encontra
abrigada na referida Instituição à Secretaria Municipal de Assistência Social;
- Contribui para o processo
de autonomia da população em situação de rua;
- Identificar a origem
desses abrigados para possíveis ações que visam o resgate dos seus vínculos
familiares e comunitários;
- Problematizar as condições
de vida que possam identificar as causas que os levaram às ruas;
- Contribui para o processo
de autonomia da população em situação de rua;
- Promover junto ao Estado e
Sociedade civil oficinas que possibilitem a profissionalização desses
indivíduos;
- Viabilizar o atendimento médico
àqueles que apresentam problemas relacionados à saúde, incluindo dependência de
álcool e outras drogas;
- Contribuir para
a efetivação da Política Nacional da População em Situação de Rua;
- Contribuir para os Movimentos
Nacionais da População em Situação de Rua e com seus atores sociais no tocante
de seus direitos, legalmente instituídos.
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
• O (s) interlocutor (es) a quem se
dirige a ação:
À população em situação de
rua.
• Os procedimentos adotados para
viabilizar a ação (instrumentos e técnicas):
Em razão da política de
recolhimento estabelecido no município do Rio de Janeiro, parcela da população
em situação de rua foi abrigada nas institucionais municipais responsáveis,
local que se tornou propicio para a realização de um trabalho voltado a essa
população, que é marcada pelo estigma, desenraizamento, expulsão e privação de
toda ordem. Cabe ao Serviço Social realizar atendimento individualizado e grupo
de reflexão no abrigo municipal, bem como realizará visitas domiciliares as
famílias, cujos vínculos ainda não foram interrompidos para que haja um resgate
de pertencimento e aproximação entre a população em situação de rua com seus
parentes, para que possam contribuir ao fortalecimento psicossocial e amparo
desse ente. À família em que houve o rompimento dos vínculos, há de fazer um
trabalho minucioso de investigação e busca, de modo a restabelecer os vínculos
familiares.
• O conteúdo a ser dado à ação:
As ações e intervenções
profissionais do Serviço serão pautadas na Política Nacional para Inclusão
Social da População em situação de Rua e das reivindicações do Movimento
Nacional da População de Rua, tendo como objetivo abarcar questões essenciais
concernentes à parcela da população que faz da rua seu espaço referencial de
vida e de identidade. O trabalho realizado será voltado à informação,
esclarecimentos, acesso, viabilização e conscientização dos direitos da
população em situação de rua para que se efetive a busca por uma melhor
qualidade de vida e autonomia desses atores sociais que foram excluídos da
lógica do sistema capitalista.
• Os responsáveis pela execução:
Assistentes Sociais
alocados nos abrigos Municipais.
• Periodicidade da ação:
Haverá acolhimento nos abrigos
diariamente para atender a demanda que busca os serviços sociais.
Posteriormente a essa fase ocorrerá atendimento individual com prévio
agendamento a depender do grau de exigência que o caso necessite, concedendo
atendimento de urgência e prioridade nos casos mais urgentes, com o objetivo do
acompanhamento social dos abrigados, para que possam ser orientados sobre seus
direitos e a viabilização dos mesmos, bem como o encaminhamento devido à rede,
de modo a garantir que haja uma melhor satisfação da demanda do
usuário. A reunião de grupo de reflexão ocorrerá duas vezes por
semana, com a duração de 1 hora e meia por encontro com temas diversificados e
escolhidos conjuntamente pelos assistentes sociais e o grupo, onde se
trabalhará questões relevantes, estimulando assim a participação de todos,
através de uma dinâmica de grupo, de modo a criar vínculos entre os
participantes e desses com os profissionais.
RECURSOS
• Humanos:
O Rio Acolhedor Paciência conta em seu quadro
de funcionários, com 192 profissionais, distribuídos entre Assistentes Sociais,
Psicólogos, Fonoaudióloga, Nutricionista, Enfermeira, Profissionais de Educação
Física, Pedagoga, Educadores (as) Sociais, Cozinheiros, Auxiliares de Cozinha,
Técnicas de Enfermagem, Agente de Portaria, Auxiliares Administrativo,
Cuidadores para idosos, Auxiliares de Apoio Logístico, Auxiliares de Serviços
Gerais, além da Equipe de Assessores da Direção e da Coordenação do Projeto Rio Acolhedor, que são permanentemente capacitados para o melhor desempenho de
suas atividades laborativas. No que se trata do projeto em questão utilizaremos
de equipes compostas por um Assistente Social, um Psicólogo e um Educador
Social.
• Materiais:
A instituição conta com salas de
aula prontas e em funcionamento, laboratório de informática, sala de leitura,
auditório, sala para guarda de eventuais medicações, sala de convivência com TV
para idosos, sala de convivência com TV para adultos. Dentro dessa estrutura
que a instituição comporta, nossa atuação será efetivada dentro de seus cômodos
e os instrumentos utilizados serão mídia audiovisual, panfletos informativos,
automóvel da instituição para locomoção quando necessário e material para a
intervenção do Serviço social (Entrevista, Dinâmica de grupo, Perícia social).
• Financeiro:
Um dos aspectos mais importantes
para a realização de uma política pública é a forma de financiamento. Ou seja,
como serão providos, distribuídos e aplicados os recursos necessários para a
sua execução. É um processo que deve acontecer de maneira transparente – com
prestação de contas à sociedade – e contemplando as regiões abrangidas de forma
equivalente, respeitando suas diversidades.
Conforme previsto pela Constituição
Federal, as políticas públicas da seguridade social – o que inclui as da
assistência social – devem ser financiadas com a participação de toda a sociedade,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, do Distrito Federal,
dos estados e municípios e das diversas contribuições sociais.
Os recursos de cada ente federado para
a execução da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) são alocados em
seus orçamentos, pelos quais se efetiva a gestão financeira da política. Os
recursos federais do cofinanciamento da assistência social são alocados no
Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). Por sua vez, os recursos do
Distrito Federal e dos estados e municípios para o cofinanciamento são
alocados, respectivamente, no Fundo de Assistência Social do Distrito Federal
(FAZ/DF) e nos Fundos Estaduais e Municipais de Assistência Social,
constituídos como unidades orçamentárias.
Para apoiar a execução dos serviços
socioassistenciais de caráter continuado da PNAS no Distrito Federal e nos
estados e municípios, os recursos do FNAS são transferidos regular e
automaticamente aos fundos regionais e locais. Para o apoio a projetos e
programas com duração determinada, os recursos são repassados por meio da
celebração de convênios e contratos de repasse (este último tem como agente
financeiro a Caixa Econômica Federal).
A organização e a gestão da execução da
PNAS acontecem por meio do Sistema Único de Assistência Social (Suas) que, por
meio da sua Norma Operacional Básica (NOB/Suas), define as condições gerais, os
mecanismos e os critérios de partilha para a transferência de recursos federais
para o Distrito Federal e os estados e municípios.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DECRETO Nº 7.053 DE 23 DE DEZEMBRO DE
2009. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7053.htm
Acessado em: 14 de Julho de 2013
VINAGRE, Marlise. Ética, Direitos
Humanos e Projeto Profissional Emancipatório, In: ÉTICA E DIREITOS: ENSAIOS
CRÍTICOS; Valéria Lucilia & Guerra, Yolanda – Ed 3 – Rio de Janeiro: Lumen
Juris; RJ, BRASIL; 2011.