Total de visualizações de página

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O Desconhecer da História de quem fez História...




Manifestações no Rio de Janeiro

No dia 20 de Junho de 2013 estive na manifestação junto aos partidos políticos (havia neles muitos conhecidos meus e professores da ESS/UFRJ) até que tive que sair pra encontrar umas amigas (também da faculdade) e depois não consegui voltar, eles avançaram muito e por conta de um número enorme de pessoas, não era possível alcançá-los mais.
Havia uma excessiva hostilidade da galera "super politizada" que a todo tempo ameaçava os militantes. 
Não fui de branco pois não é reveillon e não acredito nesse tipo de paz que a autocracia burguesas nos impõe, fui de preto e com um casaco vermelho amarrado na cintura para mostrar o meu irrestrito apoio aos partidos de esquerda, que sempre, vejam bem, sempre estiveram na luta. Isso não é oportunismo! Greve dos bombeiros, quem estava lá? Partidos de esquerda como: PCB, PSTU e PSOL, além do sindicato da categoria e o movimento estudantil. Greve dos professores, quem estava lá? Os mesmos partidos de esquerda, além dos sindicatos da categoria e o movimento estudantil. Ditadura Militar, quem estava lá? Sindicatos de diversas categorias, movimento estudantil, partidos políticos e movimentos sociais de esquerda que inclusive entraram na ilegalidade, cujos seus integrantes foram procurados, torturados, exilados, desaparecidos e mortos... Com as manifestações atuais, vem pra rua uma uma penca de pessoas que não conhecem a história do próprio país e nunca levantaram a bunda do sofá diante da tv e se sentem no direito de coagir e agredir os militantes que estão na luta desde sempre, isso é legítimo??? Isso é fascismo, repressão, ditadura burguesa! Para além disso, informo que os militantes não estavam na linha de frente ocupando todo um espaço a fim de mostrar que a manifestação é do partido deles, eles se colocaram na pista central da Presidente Vargas e se juntaram para deixar claro suas palavras de ordem, suas reivindicações e principalmente sua posição política. 
As mascarazinhas do Anonymous não me representa, mas nem por isso hostilizei quem as usava. A maioria das pessoas presentes na manifestação não entendem o que é democracia, muitos ali estavam só pra participar de um dos grandes eventos do ano!
Foi frustrante, só voltarei quando houver uma real liderança e que as reivindicações sejam discutidas em plenária e expostas de forma clara e que seja garantido o respeito a democracia. 
A divisão que aconteceu nessa passeata e nas outras é um retrato da fragmentação que a pós-modernidade nos proporciona, onde o esvaziamento político é o que predomina.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Dinâmica de Grupo

No debate em sala de aula do dia 18 de junho, a Dinâmica de Grupo foi um dos pontos destacados, dentre outros tantos, pela professora como uma das técnicas de intervenção social. Em nossas pesquisas encontramos o trabalho “DINÂMICAS DE GRUPO: INSTRUMENTOS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE AGENTES SOCIAIS.” das autoras Mª de Fátima Pereira Alberto; Daniele Cristine da S. Cirino; Bernadete de O. Nunes; Mª Helena S. de F. Lins; Ádria Melo Soares; Alessandra Patricia de A. Dantas; Ingrid Santos Alves; Nozângela M. R. Dantas; Renata de S. Alves; Mª da Luz Alberto da Universidade Federal da Paraíba – UFPB onde descrevem e analisam “uma metodologia participativa de construção coletiva de saberes (pesquisa), voltada para a capacitação de agentes sociais dos movimentos sociais e de instituições públicas de assistência e de defesa da criança e do adolescente. Esta metodologia foi desenvolvida no Curso de Formação para Agentes Sociais na área do Trabalho Infanto-Juvenil Urbano e Rural na Paraíba.” Para pontuarmos o tema da Dinâmica de Grupo dentro deste trabalho destacamos:
 
“AS TÉCNICAS
As dinâmicas ministradas no processo de formação de agentes sociais contaram com uma metodologia participativa composta das seguintes técnicas:
1. Dinâmica do Reconhecimento pelo Tato - com o objetivo de ressaltar a importância do reconhecimento das coisas pelos sentidos; procurava chamar a atenção dos agentes pesquisadores para abrir-se para a investigação da realidade que já conheciam, mas que apresentava novos dados antes não valorizados.
2. Dinâmica da Escolha do Candidato - com o objetivo de mostrar a importância das escolhas livres de quaisquer julgamentos e/ou preconceitos; salientando que não devemos julgar as pessoas pela aparência.
3. Dinâmica da Dança Circular - com o objetivo de realçar a valorização do trabalho em grupo; salientando a harmonização, solidariedade, paciência no trabalho com o outro; mostrar aos participantes que cada passo dado só estaria em harmonia se estivesse no mesmo ritmo que os outros.
4. Dinâmica Passa-Passa de Energia - com objetivo de desenvolver a atenção, ritmo e agilidade, formando uma corrente de energia entre os participantes; de alguma forma as instituições estariam ligadas entre si.
5. Dinâmica Espelho-Guia - com o objetivo de exercitar a confiança e solidariedade no grupo; experienciar entre os participantes a sensação de guiar e ser guiado pelo outro.
6. Dinâmica do Reconhecimento - com o objetivo de ressaltar a importância da infância para todas as pessoas, fazendo-as lembrar que coisas passadas nos impulsionam para realização dos objetivos comuns, referentes a crianças e adolescentes.
7. Dinâmica Música Fórum - com o objetivo de propiciar ao grupo uma reflexão sobre a realidade social, visto que a letra da música retrata alguns aspectos do nosso país.
 
Também fez parte da formação o uso de dinâmicas para a avaliação do processo de aprendizagem. Adotada pela equipe de coordenação do projeto, a avaliação foi processual, utilizando-se das técnicas participativas ocorridas no desenvolvimento dos trabalhos, tomando em consideração todos os atores envolvidos. Em momentos específicos durante o desenvolvimento das dinâmicas, ocorreram as avaliações dos participantes, fundamentadas nos seguintes aspectos:
1. Cumprimento das atividades estabelecidas de comum acordo;
2. Reflexão crítica contínua;
3. Desempenho da atividade;
4. Coletivização das tarefas de trabalho.”
 
 
Uma outra questão a respeito desse tema é que quando se fala em “dinâmica de grupo” as pessoas logo a remetem a recreação. Entretanto, o que se diz uma “brincadeira”, não é fato que realmente seja uma. Ao utilizar essa técnica devemos ter em mente e orientar os demais a importância desta e remeter a dinâmica de grupo à facilitação, sensibilização, proximidade. Ter controle e conhecimento da técnica para que não fuja do objetivo e realmente se torne uma “brincadeira” é um dos deveres do profissional que se utilizará desta.
 
Um exemplo de Dinâmica de Grupo de Família retirado do site da PUC-RS:
 
“A família que queremos
Dinâmica para conversar sobre a família desejada.
 
 
Partindo da música Pais e Filhos, conversar sobre a família que temos e a família que queremos, com objetivo de perceber as semelhanças e diferenças entre a família real e a desejada.
 
- Distribuir a cada participante uma folha de papel e lápis. Pedir que dobre a folha ao meio descrevendo, individualmente, de um lado “A família que tenho” e, do outro, “A família que gostaria de ter”.
 
- Formar subgrupos para discussão dos seguintes pontos: Que pontos em comum eu encontro entre a família que tenho e a que gostaria de ter? O que há de semelhante entre a família que tenho e as dos demais componentes do subgrupo? O que há de semelhante entre a família que eu e meus companheiros gostaríamos de ter? O que é possível fazer para aproximar a família real da família ideal? Que mensagem queremos deixar para nossos pais (ou filhos)?
 
- Retornar ao círculo para as conclusões. Cada grupo conclui com uma mensagem sobre o tema e todos cantam refrão da música inicial.”
 
Alguns links interessantes sobre Dinâmicas de Grupo:
Site “Dinâmica de Grupo Online”
Manual de Dinâmica de Grupo – Nelson Vitiello
Outros exemplos de Dinâmica de Grupo
 
 
Referências:

sábado, 15 de junho de 2013

Um Diário de Campo...


Um Diário de Campo...


Rio de Janeiro, 14 de Junho de 2013.

            Hoje fiz minha primeira entrevista com o usuário. Ficamos na sala eu , minha supervisora e a acompanhante da usuária que estava internada no hospital. Comecei me apresentando e dizendo que iria fazer algumas perguntas e a acompanhante – que era uma moça de idade entre 18 a 20 anos – aceitou respondê-las. Assim que iniciei esqueci de informar a ela o porque da entrevista. Primeiro erro. Minha supervisora corrigiu-me e dei continuidade. Na sequencia vi que não tinha muita certeza de como fazer as perguntas. Aí começaram todas as dúvidas. Toda hora pedia auxilio a minha supervisora que com uma “paciência de Jó” ia me ajudando. Putz... Me senti uma ignorante... Algo que achei tão simples de fazer, agora me parecia um daqueles teoremas dos grandes matemáticos. Após os minutos que me pareceram horas, nos despedimos da moça e começamos a debater sobre o meu primeiro exercício prático. Minha supervisora me falou da importância de estar familiarizada com o instrumental que trabalhamos, da segurança que devo ter para efetivar esse trabalho e da importância de saber o objetivo das perguntas ali formuladas. Detalhe... tive uma aula há três dias atrás de técnicas interventivas sobre entrevista onde a professora havia falado exatamente isso. Só que na hora... nada! Fiquei um pouco frustrada com minha péssima atuação. Depois, fiquei pensando sobre a importância do estágio. Realmente a prática de nosso fazer profissional se faz necessária antes de nossa formação. Vejo que saio de aula absolutamente pronta para executar algo que não tenho a menor noção de minha reação diante da realidade. Tomei noção disso hoje. Apesar de ter ficado frustrada com essa minha primeira atuação, por outro lado adorei pensar que faço estágio e que terei tempo de me preparar para atuar como profissional. Logo, isso me leva a ter certeza sobre a importância do estágio, mas também fico pensando na dificuldade que é para conseguir alguma instituição que lhe ofereça ou aceite um pedido de vaga em estágio.

domingo, 9 de junho de 2013

Atividade de Campo


RELATORIO DA ATIVIDADE DE CAMPO

Trajeto: Largo do Machado à Lapa

– Largo do Machado

O ponto de partida foi no Largo do Machado, onde se verificou um grande fluxo de pessoas e veículos além de uma infra-estrutura muito boa de comércio formal e informal (autorizados pela prefeitura) bastante diversificada, compondo desde galeria a pólo gastronômico como: restaurantes, bares, barraquinhas de cachorro-quente, tapioca, pipoca, quiosque de flores e etc. Há ainda espaço de convivência e equipamento de ginástica para idosos, mesas e cadeiras de pedra em que havia um considerável número de pessoas jogando cartas.

Área comercial, polo gastronômico. Idosos jogando em mesas do local e vários jovens que saiam da escola ali ficavam por algum tempo “batendo papo”. Umas 4 barracas de floricultura (devem ser pessoas bastante românticas...) ambas abertas aquele horário (+ ou – 20:00h). Nos aparelhos de ginástica tinham mais jovens do que idosos – acho que devido ao horário, pois as atividades com os mesmos são efetivadas pela prefeitura na parte da manhã.

No entorno da praça há inúmeros prédios residenciais e comerciais, que contam com um bom sistema de segurança pública, haja vista a presença constante de Guardas Municipais. Tem ainda boas alternativas de transporte público, inclusive com uma estação de metrô com acessibilidade para deficientes físicos. Os moradores e frequentadores do Largo do Machado contam ainda com lixeiras espalhadas por toda praça e uma boa iluminação. Há ainda um contêiner de esterilização de animais da Prefeitura do Rio, a Escola Estadual Amaro Cavalcante, a Igreja de N.S. da Glória.

Na medida em que fomos nos afastando do Largo, percebemos que tudo foi mudando, a iluminação foi ficando mais precária assim como a coleta de lixo, até mesmo os imóveis e as lojas comerciais eram muito diferentes, a impressão que nos passava era de uma desvalorização de determinados locais dentro do mesmo bairro.

Observamos que casarões e sobrados com fachadas coloniais têm sido alugados ou comprados por grandes redes de lojas e bancos, deixando evidente a situação e peculiaridade do bairro, onde não há lugar para construir coisas novas a “solução” consiste em transformar o “velho” em novo.

 

 – Rua do Catete

Na medida em que fomos nos afastando do Largo caminhando pela Rua do Catete, rua esta deveras movimentada com transito de carro, ônibus e pedestres, percebemos que tudo foi mudando, a iluminação foi ficando mais precária assim como a coleta de lixo, até mesmo os imóveis e as lojas comerciais eram muito diferentes, a impressão que nos passava era de uma desvalorização de determinados locais dentro do mesmo bairro. Ao entrarmos na Rua do Catete a mudança visual é marcante. A mistura entre o novo e o histórico é extremamente notável. Postes de séculos passados se misturam aos letreiros luminosos do local. Onde mais foi preservado as antiguidades da rua foi ao redor do Palácio do Catete.

Observamos que casarões e sobrados com fachadas coloniais têm sido alugados ou comprados por grandes redes de lojas e bancos, deixando evidente a situação e peculiaridade do bairro, em que não há lugar para construir coisas novas a “solução” encontrada pelos comerciantes e empresários consiste em transformar o “velho” em novo.

 Verificou-se ainda uma rede hoteleira tradicional, que se harmoniza perfeitamente com os traços da arquitetura antiga do lugar.

– Catete

Bairro misto que se compõe de prédios residenciais e comerciais, onde há o contrate da arquitetura antiga, decorrente da ocupação da burguesia na virada do século XIX para o século XX, com a modernização que o bairro vem passando. As ruas são bem iluminadas com acessibilidade para cadeirantes. O bairro tem como seu grande marco histórico o Palácio do Catete que serviu de moradia para o então presidente Getúlio Vargas até o dia de seu suicídio, há também a Delegacia do Catete e Unidade de Policia Pacificadora (UPP) na comunidade do Santo Amaro (cuja entrada se dá pela Rua Pedro Américo), em razão da alta quantidade de venda de crack nesta comunidade. Nesta rua prevalece o residencial o que difere muito das outras em que o comércio toma quase que todos os imóveis das mesmas. O que chama a atenção foi que justamente quando saímos da área comercial apareceram as primeiras pessoas em situação de rua. Nesta rua também havia um casarão antigo transformado em cortiço.

 

– Bairro da Glória

O que se percebe ao entrar neste bairro é a precarização que se contrasta com a boa estrutura encontrada nos bairros anteriores. A começar pelo calçamento com dificuldade de acessibilidade e iluminação insuficiente e de péssima qualidade. É perceptível uma diminuição do comércio, o que pode qualificar o bairro como residencial, com casarões antigos que se tornaram cortiços, espaços comunitários. Detectamos a presença de Moto táxi que é um serviço de transporte bem atual.

Destacam-se o prédio decadente do INCRA, a inatividade do Hospital da Beneficência Portuguesa, a Igreja Positivista do Brasil que se encontra em reforma e cuja fachada há o seguinte pensamento escrito: “O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”.

Volta o comércio, porém não tão abrangente como nos dois primeiros endereços em que passamos. Há uma mistura equilibrada entre comércio e residências, porém não há vestígios de moradores de rua no local.

 

– Outeiro da Glória

Contemplamos a arquitetura francesa que embeleza o entorno do Outeiro da Glória. Destacando-se também a Gerência de Monumentos e o Chafariz da Prefeitura do Rio. Há por parte do poder público do Rio de Janeiro o interesse de transformar essa área em uma “Montmartre Carioca”.

            Apesar de a iluminação ser precária, há acessibilidade para cadeirante. No trajeto em direção a Lapa se percebe um grande ponto de prostituição de travestis.

– Lapa

Nas ruas que dão acesso ao bairro da Lapa o que se percebe são antigos sobrados que funcionam como “inferninhos” além de bares e botecos que em comum possuem a prática de ocupação do espaço público como por exemplo o bar Só Kana onde suas cadeiras e mesas ocupam a maior parte da calçada pública que fica entre as Ruas do Riachuelo e Mem de Sá, mesmo sendo este localizado próximo a uma cabine da prefeitura que não parece se incomodar com a situação. Há também de uns poucos moradores em situação de rua e catadores de recicláveis, que se abastecem em razão do acumulo de lixo na rua. Destacam-se uma unidade da UNIGRARIO, a Escola de Música da UFRJ, e a Sala Cecília Meireles que por sua vez segue a tendência da revitalização implementada na Lapa. Há ainda a construção de novos hotéis, que dinamiza a valorização do bairro. O prédio onde está instalado o clube ACM mistura o comércio com as residências em uma caótica organização de espaços. Ao redor do clube temos várias residências, porém dentro dele há instalada uma faculdade privada, e nas laterais alguns bares de pequeno porte. Isso tudo em um espaço não maior do que o próprio Largo do Machado (se é que chega a metade).

Seguimos caminhando até chegarmos a Rua Joaquim Silva para contemplarmos a famosa Escadaria do Convento de Santa Tereza, popularmente conhecida como Escadaria da Lapa ou Escadaria do Selarón, numa referência ao artista chileno Jorge Selarón que criou essa obra magnífica que contém azulejos do mundo inteiro. A Escadaria liga a Rua Joaquim Silva no bairro da Lapa (a alcunha de Bairro foi concedida à Lapa em 17 de Maio de 2012 pela Lei nº 5.407) à Ladeira de Santa Tereza, no bairro de Santa Tereza.

No fim da Rua Joaquim Silva, mesmo com a presença de alguns policiais e guardas municipais, havia de forma nada discreta o consumo de drogas ilícitas.

Na Lapa, verifica-se que um universo de entretenimento, desde bares, restaurantes, casas de show, botecos, acessíveis a todos os gostos e bolsos. Além dos tradicionais Arcos da Lapa cujo nome original é Aqueduto da Carioca, construído em 1723 com a função de levar água do Rio Carioca da altura do Morro do Desterro (atual bairro de Santa Teresa), para o Morro de Santo Antônio. A obra ajudaria a resolver o problema da falta de água na cidade. O Aqueduto é hoje considerado a maior obra arquitetônica feita no Brasil durante o período colonial. Possui 17,6 m de altura e 270 m de extensão e 42 arcos. Foi reformado em 1744, pelo governador Gomes Freire de Andrada, que lhe proporcionou maior solidez. No Século XIX, o aqueduto tornou-se obsoleto e foi desativado, passando (em 1896) a ser utilizado como viaduto de acesso dos bondes de Santa Teresa.

Em muitas paredes podemos observar grafites que contrastam com as fachadas de arquitetura colonial de muitas de suas construções. A Lapa é um ambiente onde o moderno e o “arcaico” se unem numa curiosa harmonia.


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Dia Mundial do Meio Ambiente

 

Foi comemorado no dia 5 de junho o Dia Mundial do Meio Ambiente, de repente vocês devem estar pensando o que tem a ver isso com o Serviço Social ou por que um assistente social deveria se preocupar com tal questão? Acontece que  todos nós vivemos num planeta que está sendo destruído pela ganância de muitos ricos, milionários, políticos, e por falta de conscientização, onde em nome do lucro  áreas imensas são devastadas, envenenam rios, plantações e agora a novidade do momento é envenenar o leite nosso de cada dia.
Neste ano chama- se atenção para o desperdício de comida no planeta, é estranho que haja desperdício de comida num planeta aonde segundo a Unep uma em cada sete pessoas vai para a cama com fome e, a cada ano 20 mil crianças com menos de 5 anos morrem de desnutrição. Há ainda outros dados alarmantes, segundo a ONU, são desperdiçadas 1, 3 bilhão de toneladas de alimentos anualmente no mundo,  só na América Latina a comida desperdiçada poderia alimentar 300 milhões de pessoas, além de tudo isso entra a questão do impacto ambiental que todo esse desperdício traz, pois 70% do consumo de água doce, 80% do desflorestamento, são gastos na produção desses alimentos.
É fundamental fazermos a nossa parte e socializar essas informações, para gerar consciência e para pensarmos como esta sendo administrado o  desperdício de alimentos dentro das nossas casas, como podemos contribuir para amenizar esse impacto, afinal não é só o planeta onde vivemos que está morrendo, uma parte da população do mesmo também está, em pleno século XXI, com toda a tecnologia e avanço da ciência, as pessoas ainda morrem por falta de comida.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ética e o trabalho alienado

 

     O trabalho é a categoria fundante do ser social, pois a partir dele e de sua autoconstrução, que o homem passou a se diferir dos outros animais. Porém, esta formação se remete a um processo evolutivo, que dá inicio a constituição da terra, que emerge dos seres inorgânicos, que através de reações químicas, metamorfosearam-se em seres orgânicos, seguindo o mesmo proceder dando origem aos reinos aninais e vegetais, com inúmeras espécies, dentre delas os mamíferos, destacando-se o a família dos primatas, que continuam o processo de evolução, dando origem aos homens sapiens-sapiens, que também evoluíram até chegarem a condição humana, que passaram a responder as necessidades apresentadas, não por puro instinto animal, mas utilizando da teleologia como projeção ideal da finalidade e meio para transpor as causalidades impostas pela natureza, que através do trabalho, o homem pode objetivar, o que antes só existia no nível do pensamento, exteriorizando-o.

     Contudo, quando o homem satisfaz uma necessidade, muitas outras aparecem, constituindo as causalidades postas, exigindo novos conhecimentos e habilidades, que lhe dão mais possibilidades de enfrentamento, fazendo recuar as barreiras naturais, em razão das múltiplas escolhas constituídas pelo homem, a partir da  transformação da natureza que acaba por transformá-lo também.

     É através do trabalho que o homem se torna livre das amarras que o prende a natureza, logo pode expandir sua inteligência, suas habilidades, sua criatividade para além de sua obra, pois seus inventos perpassam sua criação, compondo um acervo da humanidade.

     Porém, o que parecia ser a libertação do homem acaba por denegrir a sua condição humana, quando o trabalho, antes fonte de inspiração e prazer, torna-se produto da ambição de uma classe, que acaba por absorver todo conhecimento, habilidade e  capacidade criativa do trabalhador, processo que se iniciou antes mesmo da instauração do sistema capitalista, ainda na fase da manufatura, onde artesões que detinham todo conhecimento do processo de trabalho, em razão do crescimento do comércio e da impossibilidade da concorrência, acabam por fechar seus negócios e irem trabalhar para os comerciantes, em troca de um salário, perdendo ao longo dos tempos, o controle total da produção, alienando-o da natureza, pois não mais conhece o processo pelo qual ela foi transformada; alienando-o do produto do seu trabalho, porque não o reconhece como tal; alienando-o enquanto classe, pois não reconhece que dentro do processo de trabalho há outros trabalhadores envolvidos e alienando-o da sua condição humana, já que as relações sociais foram reificadas, ou seja, foram comercializadas dentro da realidade capitalista.

     O trabalho alienado se intensifica e complexifica com o modo de produção capitalista, pois dentro dele não existe mais a essência humana, transbordada de peculiaridades do gênero-humano, pois a lógica de mercado aniquilou com a capacidade criativa do homem, ao mesmo tempo em que o aprisiona, dada as suas necessidades básicas de sobrevivência, nesta selva de pedra construída pelo homem em prol do capital predador, que não conformado em apoderar-se dos produtos feitos pelos trabalhadores, acabam por apropriar-se de sua essência, transformando-o em máquina, programado e destinado a produzir riqueza às classes dominantes, que lhe subtrai até seus sonhos, absorto na ideologia que lhes é imposta, muito sutilmente, no cotidiano.

     Isto é tão verdadeiro que uma leitura sem reflexão da música Construção de Chico Buarque esconde as nuanças da categoria da alienação, que aparece em praticamente todos os trechos  da música, mas só se torna evidente com um olhar mais crítico.

     Alguns me chamaram a atenção:

[...] ”E atravessou a rua com seu passo tímido” – Ninguém o percebe e nem ele se integra com a multidão.

[...] “Subiu na contramão como se fosse máquina”. – Não conhece o processo de trabalho na sua totalidade, onde sua força de trabalho é comprada, igualando-a a qualquer outra mercadoria.

[...] “Tijolo por tijolo num desenho lógico”. – trabalho robotizado sem criatividade.

[...] “Morreu na contramão atrapalhando o público”. – Público este que passa na rua e não se reconhece na condição de trabalhador e de ser humano, tal como o operário morto, e que só é percebido quando atrapalha o fluxo normal do dia-a-dia agitado das pessoas, mas que também não se importam com aquele sujeito, que teve a infelicidade de morrer num sábado, atrapalhando um dia de descanso ou de lazer dos outros.

     A música mostra o extremo individualismo nos dias atuais, onde todos vivem por si e para si, desconhecendo todo o processo evolutivo e construído pela humanidade ao longo dos bilhões de anos no planeta Terra, desconsiderando a essência humana, que a grande força motriz, capaz de feitos maravilhosos, que hoje compõe um patrimônio de todos, que só se tornou possível, graças à inteligência e criatividade do homem, como gênero-humano, idealizador, prodigioso, transformador.


domingo, 2 de junho de 2013

Gráficos Trabalhados


Em aula, discutimos sobre gráficos. Apontamos as defasagens encontrada nos gráfico, a dificuldade de chegar a uma verdade dos dados ali exposto e a totalidade que, na maioria das vezes não representa de fato o que comporta.

Em acordo com nossa discussão, propusemos postar gráficos já trabalhados que pudéssemos ter como exemplo para dar continuidade ao nosso debate. Em função disto, colocamos aqui uma pesquisa sobre “A inserção do assistente social no mercado de trabalho em Manaus/AM”. Abaixo, segue alguns trecho do estudo da faculdade da PUC-Rio sobre o citado tema em que podemos avaliar alguns gráficos.

 
 Desde a época da criação da primeira escola de Serviço Social em Manaus/AM, na década de 1940, não temos percebido tantos assistentes sociais formados, em busca de inserção no mercado profissional de trabalho, como nos dias atuais.

Na pesquisa de campo, realizada no período de agosto a outubro do ano de 2010, com 27 (vinte e sete) egressos do curso de Serviço Social do Uninorte, podemos identificar o perfil dos assistentes sociais formados por esta IES. Os gráficos apresentados a seguir retratam o perfil destes egressos.

Gráfico 1 - Perfil do Egresso: Sexo

Fonte: Pesquisa de campo 2010.

 

No item faixa etária, de acordo com os resultados obtidos na pesquisa de campo com os egressos do Uninorte, em Manaus/AM, dos vinte e sete egressos, dois encontram-se na faixa etária entre os 18 a 23 anos e apenas quatro estão com idade acima de 43 anos. Os outros percentuais se dividem nas idades acima de 24 até os 43 anos de idade. O grupo de egressos recentemente formados é constituído por assistentes sociais em faixa etária situada entre jovens e adultos (24-38 anos), como podemos evidenciar nesta pesquisa, com os dados do Gráfico 2.

 

Gráfico 2 - Perfil do Egresso: Faixa Etária




No quesito estado civil temos a seguinte situação:

Gráfico 3 - Perfil do Egresso: Estado Civil


 

Inicio a análise me reportando a uma pesquisa realizada com egressos do Uninorte. Esta pesquisa foi realizada pela própria IES com os egressos de todos os cursos oferecidos pelo Uninorte, no ano de 200948.

Assim, temos os seguintes resultados quanto a situação profissional dos egressos do ano de 2008:

Gráfico 4 - Situação profissional dos egressos de 2008 do Curso de Serviço Social do Uninorte


 

Para a continuidade da investigação sobre a situação profissional dos egressos, novamente me reporto à pesquisa de campo, realizada no período de agosto a outubro de 2010, com os egressos que não participaram da pesquisa documental, onde busquei identificar os assistentes sociais egressos que estão atuando como profissionais de Serviço Social no mercado de trabalho em Manaus/AM. O resultado está representado no gráfico a seguir:

Gráfico 5 - Mercado de Trabalho – atualmente exerce atividade profissional em Serviço Social


 

Gráfico 6 - Mercado de Trabalho – Como percebe o motivo pelo qual Não exerce atividade profissional na área de formação


 

A relação do tempo entre a conclusão do curso e a inserção no mercado profissional de trabalho é outro item abordado nesta pesquisa e que está demonstrado no gráfico 7, a seguir:

Gráfico 7 - Mercado de Trabalho – Qual o tempo entre a conclusão do curso e a inserção no mercado profissional


 

Gráfico 8 - Mercado de Trabalho – Setor de atuação


sábado, 1 de junho de 2013

Elefante Branco - O Filme


Resenha do filme Elefante Branco
 

O filme Elefante Branco de Pablo Trapero, demonstra através de seus personagens centrais, padre Julián (Ricardo Darín), padre Nicolás (Jérémie Renier) e a assistente social Luciana (Martina Gusman) o estado de miséria e abandono que a favela de Villa Virgen localizada próxima a construção abandonada (daí o nome Elefante Branco) do que seria o maior hospital da América Latina, na cidade argentina de Buenos Aires.

Padre Julián tenta desenvolver um trabalho social que ao mesmo tempo afaste os jovens da droga e do tráfico e também permita a construção de novas casas populares para os habitantes da região. Enfrentando dificuldades como a falta de verbas, greve dos trabalhadores envolvidos na construção por não serem pagos, seus conflitos com a Arquidiocese que nitidamente se preocupa mais com política do que com a população, além do descaso do Estado diante da emergência social e econômica dessa população de trabalhadores. Padre Julián deixa claro toda a sua humanidade ao se mostrar cansado e  com medo de acabar odiando a todos como relata em uma cena.

O filme retrata a difícil realidade vivida por moradores de uma favela, mostra as expressões da questão social tão comuns a uma comunidade de pessoas muito pobres, a falta da vontade política, o convívio com a violência, com a falta de moradia digna, a aproximação com a igreja, e a luta pela efetivação de seus direitos básicos. Como as condições são de completo abandono os moradores procuram ajuda onde podem encontrar, no caso na igreja representada por padres que prestam serviços em forma de caridade. É como ainda vemos muito presente na sociedade contemporânea, onde o Estado não chega resta à população a benesse.

 Merece destaque o diminuto dilema ético entre o celibato a e paixão vivida entre padre Nicolas e Luciana, onde o mesmo não se indaga por viver essa paixão, mas sente um imenso peso ao ter assistido sem nada fazer a execução de toda uma família em sua missão na Amazônia, fato que talvez o tenha afastado da religião e pode ter contribuído por torná-lo mais humano.

No enredo o papel da assistente social, está muito ligado à igreja. Vimos como o Estado muitas das vezes responde com repressão as manifestações populares, a coerção também é constante nas favelas. Junto com a burocracia, a corrupção, a falta de vontade política, faz com que no filme a construção das moradias não avançasse. Normalmente o que beneficia essa parcela da população nem sempre tem continuidade. As pessoas que se envolvem e que trabalham com esse público não são muito valorizadas, daí vermos como caminha a precarização das condições de trabalho do assistente social.

O filme é um retrato da situação vivida em várias favelas na América Latina, em que o Estado não se faz presente (a não ser pelo aparato coercitivo com o objetivo de manter a ordem hegemônica) e suas responsabilidades são passadas para instituições religiosas com o intuito de amenizar as expressões da questão social tão avassaladoramente incididas sobre a população pobre como brilhantemente mostradas pelo diretor na película.

Conclui-se que nesse filme há uma vivencia entre os personagens onde engloba conflitos morais e materiais junto a diversos conflitos políticos e sociais. Ao mesmo tempo em que traça um olhar sobre a periferia argentina, nos mostra um olhar também da igreja católica e da polícia. É este o confronto que permeia o filme, uma luta contra o sistema faz com que o personagem principal entre em conflito com tantos opositores, seja na polícia, na política ou na própria igreja católica. Em sua visão, os interesses das organizações não podem ser maiores do que os interesses das classes menos favorecidas, independente de qualquer que seja estes interesses.